domingo, 7 de março de 2010

Final de tarde (imundo) em Arempepe...

Brisa do mar, água de coco, pôr do sol, disposição para esperar o cair da noite e em frente a Igreja de São Francisco é forte o mau cheiro da urina. Olhar para a frente das barracas logo depois de um dia movimentado de sol não é uma das melhores cenas. Que pena! Copos e sacos plásticos, garrafas pet, papel, cascas de coco e pombos transmissores de doenças são a triste paisagem.

Na manhã do dia seguinte passa a limpeza pública e começam a chegar os banhistas, alguns, sem demonstrar nenhum zelo à natureza tornarão a jogar lixo no chão, outros, por falta de onde fazê-lo, já que não existem sanitários públicos em Arembepe, também voltarão a urinar na praça e aquele mau cheiro insuportável jamais se dissipará...

Bem, mas se a limpeza pública só vem na manhã do dia seguinte, durante a noite, quando a maré sobe, onde vão parar os dejetos jogados na areia? No mar, é claro! Por que os próprios barraqueiros, após o término do expediente, não vão em mutirão limpar a praia que lhes garante o sustento? Por que o próprio banhista não cuida do cantinho de paraíso que foi posto a sua disposição? Vai entender a cabeça do povo.

Naquela tarde eu estava em Arembepe, mas logo entrei em pânico pensando no restante do belo litoral camaçariense, que vai de Busca Vida à Itacimirim. Para quem acha que a natureza sem cuidados é eterna, olhem o que aconteceu com o Rio Tietê em São Paulo, ou melhor, aqui pertinho, lembrem-se do antes Rio Camaçari, hoje córrego fétido e cheio de dejetos. Se não cuidar acaba. Se não cuidar fica só a lembrança do que um dia já foi bonito. Pobres peixes, tartarugas marinhas, pobre mar, pobre de nós que pagaremos caro pelo descaso com o planeta!

Danival Dias
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Publicado originalmente em 20/02/2008 no jornal Camaçari Notícias, disponível em http://www.camacarinoticias.com.br/leitura.php?id=29307

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